Cahaçaria                                                            

(CACHAÇA) aguardente feita com o mel da cana-de-açúcar ou com a borra do mel de açúcar destilada após a fermentação alcoólica. A origem da palavra é obscura. Talvez provenha da espuma da fervura da cana, que se alteia e toma a forma de um cachaço. A nomenclatura nacional e regional da cachaça é riquíssima no Brasil. A historia da cachaça no Brasil vem dos primórdios da colonização de nossa terra. Começou com os escravos dos engenhos que não tinham acesso a nenhuma espécie de bebida alcoólica, mas na calada da noite usavam um subproduto (borra do mel) da cana e destilavam em rústicos alambiques de barro.

   Daí começou a historia da (cachaça, pinga, aguardente, caninha, birita, água-que-passarinho-num-bebe, bagaceira, branquinha, cobertor-de-pobre, mata-bicho, levanta-moral, levanta-pau, mardosa, ingana-muié, marvada, trem-brabo, trem-doido, amanssa-sogra, alegria-de-pobre, engasga-gato, goró). E também com nomes interessantes, vejamos(51, 69, jamel,segura o tombo, gls, boi nos ares, esquenta xereca, solta o rabo, chibata, chora rita, nabunda, nuku, no rabo, limpa os zoio, língua de sogra, lambadinha, tatuzinho, atrás do saco).

   Desde o Brasil colônia a cachaça sempre foi um produto marginalizado e carregada de preconceitos, usada principalmente pelas pessoas humildes e marginalizadas (e outros pinguços mais), atualmente continua sendo usada por estas classes, mas, já faz parte das classes financeiro/socialmente mais elevada. Hoje nas principais cidades brasileiras existem cachaçarias de luxo e nos principais shoppings existem lojas especializadas, levando com isto os fabricantes a aperfeiçoarem seus produtos tanta a qualidade quanta embalagem visual. Existem hoje no Brasil cachaças de primeiríssima qualidade, principalmente em Minas Gerais onde se fabrica as melhores cachaças do país, em alambiques artesanais mantendo a tradição e a qualidade de geração a geração. Existe por exemplo cachaças que chega a custar o equivalente a U$1000 a garrafa nas lojas especializadas e tornando esta em produto de exportação, existindo praticamente em todas as grandes cidades européias e americanas o produto (made in Brazil) sendo consumida nos ambientes mais refinados do mundo, inclusive na Alemanha é a bebida destilada mais consumida atualmente.

    E como todo bom mineiro, adoro uma boa cachaça, um tira gosto no capricho acompanhado de um bom papo. Minha família que é uma típica família do interior mineiro (família grande, alegre, festeira e que adora receber as pessoas em casa para um bom papo, uma comida típica e não poderia faltar uma boa cachaça), então é tradição das famílias interioranas de Minas o consumo das melhores cachaças, às vezes produzidas em alambiques da própria fazenda, alguns há séculos mantendo a qualidade e tradição. E minha família pra não fugir a regra tinha consumidores vorazes e também moderados da cachaça coroada (uma boa dica para saber se é uma boa cachaça é balançar a garrafa, porque a pura forma uma espécie de coroa de espuma, e quanto mais tempo durar a espuma melhor) então fui criado neste meio no qual tive a oportunidade de conhecer todo este processo do plantio a seleção da cana, da produção, do corte, fermentação, destilação e principalmente do tempo que ela é envelhecida em barris de carvalho, bálsamo dentre outros mais, porque quanto mais véia mió. Hoje sou um estudioso, curioso e principalmente apreciador da puríssima pinga mineira, daquela que derrete na boca (detalhe importante) porque a cachaça se toma em pequenos goles, se a bicha for boa ela derrete na boca (quem bebe cachaça de um só gole é pé inchado), e também é uma forma de se diferenciar a pura cachaça da comum (51, Corote, dentre outras várias) que desce queimando, rasgando, quanto a pura desce macia, suave. Sendo as melhores e mais conhecidas cachaças mineiras a Havana (raríssima, só encontrada de forma clandestina devido á proibição de ser comercializada com este nome por ser propriedade de uma empresa americana), Germana, Seleta, Salinas, Boazinha, Chico Mineiro dentre varias outras.

    Temos a nossa cachaçaria que além destas cachaças puras trabalhamos também com já tradicionais cachaças da casa  como a BOI NOS ARES (cachaça curtida com raízes, frutas e ervas várias, que é afrodisíaca e cura um mundo véio de duença) e a GLS (é isto mesmo que você entendeu) que se diz que quem tomar (foi, é, ou será), tem a cachaça do MMM (movimento machista mineiro) que é cachaça pá caba macho e várias outras típicas de butiquim minêro.